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A verdade por Paula Conc

Hoje, dentro do tema skate, os principais assuntos abordados por essa que vos escreve são sobre campeonatos e o crescimento do skate feminino. Bom, hoje o que tenho para falar é um alerta de algo que infelizmente tem acontecido muito no cenário do skate. É um assunto cuja explanação é necessária e que pede a atenção de todos….

O skate feminino do Rio de Janeiro se fortaleceu de uma maneira tão incrível, que se expandiu a todo o país (e mundo!). Somos agora mulheres que andam de skate e apoiam umas às outras. E esse apoio, esse “abraço”, tem feito com que muitas coisas que antes ninguém sabia, agora apareçam e assim criando um laço de ajuda mútua e evolução.

De um ano para cá tenho ouvido reclamações e pedidos de ajuda de muitas mulheres, inclusive as que andam de skate, sobre questões relacionadas à violência. E digo não apenas violência moral e verbal, mas também violência física. Meninas e mulheres que são agredidas por seus parceiros, e muitos desses são skatistas. É triste abrir os olhos e perceber que o cenário do skateboard está desse jeito, tão cheio de sujeiras. Aquilo que nasceu do espírito da liberdade e da união, hoje se transformou em ambiente acolhedor ou de “tanto faz” para indivíduos que desprezam valores respeitáveis e desviam de um caráter admirável .

Com um misto de sentimentos que oscilam entre raiva e tristeza, ouvi relatos de meninas agredidas moralmente, mulheres espancadas, e (eu nunca imaginei que escreveria isso…) casos de possíveis estupros nos bastidores do skate. Na maioria dos casos, os caras continuam bem vistos “perante a rapaziada”, continuam com seus patrocínios, e um monte de outros colegas os apoiam ou passam panos quentes sobre o assunto. Mas agora, com nossa união, nós sabemos quem são todos eles.

O que antes ficava guardado , por medo ou vergonha, agora é dito. Todas nós sabemos quando acontece algo sério, quando uma das nossas sofre alguma agressão. Nenhuma menina agora está só. As coisas mudaram, percebam. E vamos repudiar todo ato de violência.

Ainda almejo que alguns moços se arrependam dos seus atos, e que muitos outros repensem seus valores. Respeitar a outra pessoa é essencial não só no skate, mas na vida. E quando você faz mal a alguém, só mostra o tipo de pessoa que você é. E não adianta esconder. Também tem um ditado dos tempos da vovó que ainda faz muito sentido, principalmente quando tratamos de empresas e pessoas que continuam apoiando pessoas de valores pouco admiráveis: “Quem anda com porco, farelo come”. Faz todo sentido não é? Você acaba se sujando junto.

Fica então o meu alerta sobre o que infelizmente está acontecendo no nosso mundo skateboard, e um pedido de mudança de atitude por parte das marcas, coletivos, parceiros e amigos, para que não passem a mão na cabeça de quem erra feio , principalmente quando não há arrependimento sincero.

Chega de piadas, ofensas, violência física. Chega de achar que o errado é certo. Chega disso tudo. Skate é união, liberdade, e principalmente RESPEITO pelos irmãos e irmãs. Se você não entende isso, saia do skate agora! Você não é e nem merece ser um skatista.

 

E você, moça… coragem! 180 é o número.

 

Arte: Thalita Pinheiro

 

 

 

 

 

Arte: Thalita Pinheiro

 

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